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Os 3 pecados capitais: Entenda a eliminação do Brasil diante do Uruguai na Copa América

Você certamente já ouviu falar dos 7 pecados capitais dos seres humanos: avareza, gula, inveja, ira, luxúria, preguiça e soberba. Pois bem, no blog deste domingo, vamos analisar os três pecados capitais da Seleção Brasileira, que na noite de sábado empatou em 0 x 0 diante do Uruguai no tempo normal e foi derrotada por 4 x 2 nos pênaltis, o que determinou a eliminação deprimente do Brasil nas quartas de final da Copa América 2024. Nas semifinais, a Celeste vai encarar a Colômbia, enquanto a Argentina enfrentará o Canadá.

Festa dos uruguaios, classificados para as semis na Copa América
Festa dos uruguaios, classificados para as semis na Copa América

Abaixo, a análise de mais uma péssima partida da Amarelinha, o que causou esta eliminação (dentro e fora de campo) e o futuro do futebol brasileiro sob o comando do técnico Dorival Júnior.

Antes de falarmos sobre o futuro da Seleção, bora analisar o presente e viajar ao passado. Pois bem, o Brasil caiu para o Uruguai e quem acompanhou o desempenho da Amarelinha e dos uruguaios durante a Copa América certamente não se surpreendeu com a eliminação precoce da nossa Seleção.

Sem Vinicius Júnior, suspenso, o técnico Dorival Júnior apostou no jovem Endrick, que brigou muito pela bola e apanhou bastante de Araújo, até a lesão do zagueiro do Barcelona aos 32 minutos do 1º tempo. Depois disso, ficou preso à marcação de Cáceres e pouco produziu.

E esse foi o panorama do clássico sul-americano. Muitos erros de passes, muita marcação e pouquíssimo futebol de ambas as seleções. E tem gente que ainda ousa comparar o nível técnico da Copa América com o da Eurocopa.

O Brasil teve duas grandes chances no jogo – três se contarmos o domínio de Endrick na cara do gol -, mas em ambas Raphinha não foi capaz de superar o goleiro Rouchet. E o Rodrygo, nosso camisa 10 na ausência de Neymar, que em quatro jogos não deu uma assistência ou fez um gol? Ah, que saudades de Ronaldo Fenômeno, Baixinho Romário, Rivaldo, Ronaldinho Bruxo, Adriano Imperador e companhia com a camisa da Seleção Brasileira.

O time brasileiro ainda ficou com um jogador a mais durante a partida após a expulsão de Nández no 2º tempo, mas não teve uma oportunidade clara em 21 minutos contando com essa vantagem. Dorival ainda teve a audácia de afirmar, durante a entrevista coletiva após a eliminação, que a expulsão do rival complicou a Seleção Brasileira.

“Foi um jogo de muitos duelos e trocação, poucos momentos de lucidez técnica das duas equipes. A partir do momento em que ficamos com um jogador a mais nos complicamos, não tivemos essa lucidez de entrar com tranquilidade, com equilíbrio pelos lados do campo. Não aconteceu como queríamos”, lamentou o professor.

Durante as penalidades, o Brasil foi ainda mais apático e acabou superado após o zagueiro Éder Militão e o volante Douglas Luiz desperdiçarem suas cobranças. Sim, mais uma vez os grandes jogadores ficaram de fora das alternadas e se esconderam na hora decisiva.

Os três pecados capitais do Brasil batem tanto dentro quanto fora dos gramados. Vamos aos erros que impedem o protagonismo da seleção mais vitoriosa do mundo:

Para início de conversa, a Confederação Brasileira precisa dar o primeiro passo e cumprir as suas promessas. Nós brasileiros estamos esperando Carlo Ancelotti na Seleção Brasileira até hoje. Algo que não foi explicado e que atrasou o planejamento do Brasil visando a próxima Copa do Mundo. Ednaldo ainda apostou em Fernando Diniz e Ramon Menezes e, além disso, chegou a ser afastado da presidência em dezembro de 2023. O torcedor brasileiro não aguenta mais esse circo.

O presidente da CBF prometeu Ancelotti na Seleção, mas contratou Dorival
O presidente da CBF prometeu Ancelotti na Seleção, mas contratou Dorival

Basta de ‘Ricardos Teixeiras’, ‘Marco Polos del Nero’, ‘Marins’ e etc, precisamos de limpeza e organização, começando com as categorias de base do Brasil, hoje abandonadas, visto que sequer o futebol masculino estará presente nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. É aquela velha história, no qual o extracampo sempre influencia dentro do gramado. Só não vê quem não quer.

Pois bem, Dorival tem apenas oito jogos à frente da Seleção Brasileira e segue invicto apesar do desempenho bem abaixo do esperado (2 vitórias e 6 empates). Cedo para julgar o trabalho dele como técnico do Brasil? Talvez, mas ele que abra o olho, pois pregou pelo conservadorismo durante toda Copa América, custando tirar dois volantes da equipe. O medo de perder tirar a vontade de ganhar, professor. Cadê a ousadia para apostar nos jovens, jogar de forma ofensiva?

Dorival está invicto no comando do Brasil, mas segue sem convencer
Dorival está invicto no comando do Brasil, mas segue sem convencer

Além disso, não existe ficar fora da rodinha brasileira durante a discussão de quem cobrará as penalidades. Estender o braço para pedir a palavra e ser ignorado pelo grupo. Isso é vergonhoso. Você é o comandante, é preciso falar grosso com o elenco, ter pulso firme antes que seja tarde demais.

Dorival durante a escolha dos cobradores de pênalti do Brasil diante do Uruguai
Dorival durante a escolha dos cobradores de pênalti do Brasil diante do Uruguai

Por último, mas não menos responsáveis, os jogadores, que precisam antes de mais nada sair da alienação, amar o Brasil e ter tesão de jogar com a Amarelinha, como os jogadores das antigas faziam. Quem não possuir este sentimento neste momento, que seja descartado, seja o jogador que for, inclusive Neymar, que logo deve estar de volta. Não dá para virar a cara e dar passe para o lado durante empate sem gols diante da Costa Rica, senhor Militão.

Militão parece não ter se incomodado com a eliminação do Brasil
Militão parece não ter se incomodado com a eliminação do Brasil

Ou sorrir após mais uma derrota e afirmar: 'é vida que segue'. Ou ficar de biquinho quando é cobrado por um torcedor apaixonado, senhor Danilo. Fácil para quem ganha milhões por mês. Os atletas precisam entender a camisa que vestem e precisam, sim, de cobranças. Mais amor à camisa e responsabilidade com a camisa mais pesada do futebol mundial (sim, ainda somos, apesar dos pesares).

O Brasil fez uma campanha pífia na Copa América 2024. Não conseguiu superar a fraca Costa Rica na estreia, goleou o frágil Paraguai, empatou com a Colômbia e também com o Uruguai, sendo eliminado nos pênaltis nas quartas de final

  • 4 jogos disputados
  • 1 vitória
  • 3 empates
  • 5 gols marcados
  • 2 gols sofridos

A má fase do Brasil reflete na posição do time nas Eliminatórias da América do Sul; a Amarelinha é apenas a 6ª colocada dentre 10 seleções. Sorte que a Copa do Mundo 2026 contará com 48 seleções, sendo assim 7 das 10 equipes da América do Sul se classificarão para o Mundial dos Estados Unidos, Canadá e México.

  • 6 jogos disputados nas Eliminatórias
  • 2 vitórias
  • 1 empate
  • 3 derrotas
  • 8 gols marcados
  • 7 gols sofridos
Será que Neymar voltará já na próxima convocação do Brasil?
Será que Neymar voltará já na próxima convocação do Brasil?

O Brasil volta a campo na Data-Fifa de Setembro para a 7ª e 8ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas. No dia 5, a Seleção recebe o Equador, já no 10, o time brasileiro encara o Paraguai fora de casa.

Endrick tem a responsabilidade de puxar a renovação do Brasil
Endrick tem a responsabilidade de puxar a renovação do Brasil 

O futuro da Seleção Brasileira é incerto. Como mencionamos acima, o Brasil é apenas o 6º colocado das Eliminatórias e, como a Copa do Mundo 2026 passará a contar com 48 seleções, 7 das 10 equipes da América do Sul se classificarão para o Mundial. Isso pode ser visto como sorte, porém há outro ponto de vista que precisa ser destacado.

Com uma situação confortável – pero no mucho -, a CBF pode se acomodar visando apenas a classificação para a próxima Copa. Muito, mas muito pouco para a única seleção pentacampeã do mundo.

Se quiser pensar em acabar com a seca de títulos, a Confederação Brasileira precisa de muito mais. Para início de conversa, a CBF precisa cumprir as suas promessas. Buscar técnicos, diretores e outros profissionais tops no mercado mundial. E isso bate em uma reestruturação das categorias de base, em um plano de jogo, uma limpeza geral, inclusive de jogadores mais preocupados com sua própria imagem no telão, em seus clubes e vidas badaladas.

A CBF esperou Ancelotti por um ano, o que atrasou o planejamento do Brasil
A CBF esperou Ancelotti por um ano, o que atrasou o planejamento do Brasil

Mais amor à camisa dentro de campo e mais organização fora dele. Não adianta pular etapas. É preciso reconhecer que hoje somos um gigante adormecido, mas que pode despertar a qualquer momento. Basta colocar a mão na consciência.

Por fim, a frase final de Dorival na entrevista coletiva após a eliminação. Será que ele merece um voto de confiança em busca desse tão sonhado renascimento do futebol brasileiro?

Torcedores brasileiros questionam se Dorival é o nome certo para a Seleção
Torcedores brasileiros questionam se Dorival é o nome certo para a Seleção

“Fizemos uma reformulação grande na equipe, temos que entender que para muitos é a primeira vez, eu estou com oito jogos, é um processo que teremos que passar. Temos consciência das dificuldades que encontraremos, porém conheço os caminhos para fazer com que tudo aconteça.

“Não tivemos nenhuma derrota, talvez não os resultados que buscávamos, mas muito a evoluir. A primeira coisa é buscar a classificação para a Copa, estamos em sexto, isso nos incomoda e nos faz brigar daqui a pouco por outra situação na tabela de classificações”, concluiu o técnico da Seleção Brasileira.

Marco Laloni Tucci
Marco Laloni Tucci
Editor do blog
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